Vamos falar sobre a alimentação e nutrição das suas plantas?

A adubação é um dos cuidados mais importantes que você tem que ter se quiser que as suas plantas cresçam lindas e saudáveis. E eu sei que parece meio óbvio para alguns, mas tem muita gente que negligencia esse passo. Alguns se esquecem, outros não param para pensar no assunto, uns acreditam que somente a rega já é suficiente e sempre tem aquele que acredita na vizinha que diz que não faz nada para que suas plantas estejam sempre lindas.

Para deixar bem claro de uma vez por todas: planta é ser vivo e ser vivo precisa de comida. Ponto. Como eu, como você – e como a sua vizinha também. E daí você vai me perguntar: “Mas, e na natureza? Não tem ninguém cuidando delas.”.

Na natureza as plantas crescem diretamente no solo. De fato alguns são mais pobres e, então, as plantas se adaptam e tornam-se mais resistentes a essa condição. Já outros são bem ricos. Em qualquer dos casos, tudo o que for orgânico e cair no chão se decompõe e vira adubo. Folhas, troncos, galhos, frutas, diversas coisas processadas ou não pelos organismos de insetos, aves e outros animais, e mesmo esses, quando morrem.

Lá também não há restrição de espaço e elas podem lançar suas raízes o mais distante que conseguirem em busca daquilo que necessitam. Além disso, você já olhou de perto as plantas em um ambiente natural? Pode reparar: elas nem sempre estão tão lindas quanto você quer. O ataque de doenças e pragas costuma marcar presença, a diferença é que geralmente isso ocorre de modo mais controlado e equilibrado do que nos jardins feitos pelo homem, em que não existe o mesmo equilíbrio da natureza, exigindo que esse controle seja feito constantemente para manter todas as plantas sempre lindas de longe e de perto.

Já na sua casa, vamos considerar que haja plantas nascendo diretamente do solo, sem restrição de profundidade. Ele vai ser mais rico, mas não será como o solo de uma floresta, por exemplo. Não haverá a mesma quantidade de matéria orgânica, nem de plantas ao redor, nem todos os mesmos animais e provavelmente haverá uma mistura de espécies que não existe na natureza. Por isso é que a sua planta necessita de um reforço de adubação para crescer saudável, linda e, de quebra, com florações e frutificações ainda mais abundantes do que na natureza. Se considerarmos que suas plantas estarão em floreiras ou vasos, elas provavelmente precisarão de mais adubo do que no caso acima (cuidado com o excesso, que poderá prejudicar suas plantas!), pois uma hora todos os nutrientes são consumidos e elas não terão onde busca-los.

A quantidade e a frequência deverão ser analisadas sempre de acordo com o espaço (tamanho do vaso, por exemplo) e com a espécie. Preste atenção na dica que vou dar agora, pois ela vale ouro: sempre conheça as suas plantas. Nome, origem e outras informações vão te guiar em todos os cuidados, inclusive adubação.

Mas o que eu queria mesmo falar por aqui hoje é sobre o adubo em si. A maioria das pessoas usa, recomenda e aprende que tem que usar o NPK. Esse adubo é composto somente por nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K). Daí você já consegue deduzir que ele é um adubo químico e pobre. Você se imagina comendo só 3 elementos a vida inteira? Que sejam 3 alimentos mais completos, como um único carboidrato, uma única proteína e um único vegetal ou hortaliça. Não dá, não é mesmo? O resultado fatalmente será fraqueza, doença e, em algum momento, morte por desnutrição.

Para as plantas a regra é a mesma: o organismo delas também precisa de uma série de outros nutrientes. Além do mais, depois de algum tempo utilizando somente ele, principalmente em vasos, há uma saturação desses componentes no solo e o esgotamento dos elementos restantes, tornando-o infértil. Por isso é que eu não recomendo o uso do NPK. Em vez dele há muitas outras opções, mas eu vim aqui recomendar as que eu considero as melhores e mais práticas para quem quer começar já.

A primeira são os adubos líquidos mais completos, que podem ser encontrados em qualquer Garden Center. Um que eu recomendo é o Biofert Universal que, olha a diferença, vem com 13 nutrientes essenciais. Você precisará apenas de um borrifador para diluir a solução em água e borrifas nas folhas das suas plantas.

A outra opção que também já pode ser encontrada pronta é o húmus de minhoca, que é orgânico. Siga as instruções da embalagem na hora de misturar no solo.

A terceira opção é o bokashi, também orgânio. Pensei em deixar de fora da lista por esse adubo apresentar um pouco de odor mais forte e, de vez em quando, atrair algumas mosquinhas, mas ele também vem pronto e é excelente, principalmente para quem tem orquídeas. Dependendo do seu espaço (um espaço externo) você poderá utilizar sem sentir nenhum incômodo.

Bônus: como última opção, deixo o adubo orgânico mais completo, mas que demanda certo tempo para ficar pronto, além de um espaço um pouquinho maior e alguns cuidados nada difíceis: a compostagem. Sem dúvida é o que mais vale a pena; é possível fazer compostagem caseira até mesmo em apartamentos, pois ela não libera odor, o investimento pode ser bem baixo e durar muitos anos sem novos custos, além de contribuir para diminuir a quantidade de lixo que você manda para os aterros.

Eu espero que você tenha gostado dessas dicas e tenha percebido que não é nada difícil cuidar das suas plantas. Existem muitas outras opções e eu poderei falar delas futuramente. Se você tiver interesse é só deixar um comentário ou me enviar uma mensagem por e-mail – eu vou adorar receber!

Um beijo; até o próximo post!